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São Paulo, 01 de Março de 1999 De:Home® Dreol

 

Ficou difícil para o Santos. E o Vasco não quer o Pacaembu
Derrota por 3 a 1, ontem à noite, no Maracanã, complicou os planos do Santos na decisão do Torneio Rio-São Paulo. Com o resultado, o Vasco pode perder por até um gol de diferença, depois de amanhã, em São Paulo. O Vasco já avisou: não joga no Pacaembu, como quer o Santos


O Santos tentou, mas não conseguiu segurar o Vasco, ontem, no Maracanã. O time de Emerson Leão acabou pagando pelo exagero das faltas e perdeu a partida por 3 a 1. No jogo final do Torneio Rio-São Paulo, quarta-feira, a equipe precisa vencer por diferença de três gols para ficar com o título. Vitória por dois gols de vantagem leva a decisão para os pênaltis. A situação do Vasco é confortável. Para manter a rotina, Leão reclamou muito do juiz. “A gente vem de São Paulo para ser roubado por um cara de São Paulo”, disse o técnico, acusando de roubo o juiz Paulo César de Oliveira. A Diretoria do Santos quer levar o jogo para o Pacaembu. Eurico Miranda, vice-presidente do Vasco, avisa: só joga no Morumbi (veja nesta página).

“Quando estávamos melhor tivemos um jogador expulso. Vou falar o quê? Perdemos, mas temos de mostrar força e lutar para ganhar na nossa casa. Temos condição de ficar com este título”, disse Leão. Enquanto isso, Felipe acalmava os cariocas. “Demos um grande passo hoje (ontem). Mas nada está definido. O Santos tem um ótimo time.”

Os torcedores fizeram a sua parte – quase três vezes mais do que o público de Palmeiras e Corinthians pela Libertadores da América, no Morumbi. As quase 82 mil pessoas deixaram os nervos dos times à flor da pele. E a partida foi emocionante e ríspida. Desde os primeiros minutos, os jogadores demonstraram que iriam seguir as determinações dos treinadores de tentar atacar em bloco, com velocidade e, principalmente, apelar para as faltas. Leão e Antônio Lopes cumpriram o que prometeram: seus times procuravam as canelas dos jogadores adversários quando ultrapassavam a linha do meio-de-campo. O árbitro Paulo César de Oliveira teve bastante dificuldade para trabalhar. Foram inúmeras faltas e reclamações irritantes dos atletas e, principalmente, dos técnicos.

Gol não abala

Do lado tático, o Santos levou vantagem no primeiro tempo. Alessandro, outra vez, desequilibrou. Orientado para atuar pela esquerda, ele infernizava Zé Maria e Paulo Miranda com dribles seguidos. Logo Antônio Lopes deslocou o truculento Nasa para perseguir o velocista atacante e as coisas se acomodaram. Em compesação, Felipe tinha a indesejava marcação de Jorginho e de Caíco, quando decidia atuar no meio. Leão havia afastado Eduardo Marques. Ele declarava que o jovem jogador não estava pronto para enfrentar psicologicamente a decisão. O jogo seguia equilibrado. Luisão enfrentava com a bola dominada toda a defesa. Como Alessandro, ele não tinha boa companhia. Viola e Donizete estavam muito mal.

Quando a partida estava indefinida, os cariocas saíram na frente. Juninho cobrou uma falta da intermediária. O lance que parecia despretensioso se trasformou em gol, porque ninguém acompanhou Mauro Galvão. O zagueiro só desviou do desesperado Zetti: 1 a 0, aos 16 minutos.

Excesso de faltas

O gol não abalou os paulistas. O time continuou forçando no ataque pela esquerda. E aos 20 minutos conseguiu o que queria. Da mesma maneira que o Vasco. Anderson cobrou falta e Alessandro cabeceou. A bola desviou em Mauro Galvão e entrou. O árbitro deu o gol ao santista: 1 a 1.

Os times continuaram a mostrar coragem e buscando o ataque. O Vasco, apoiado pela torcida, teve o segundo gol à sua disposição ainda no primeiro tempo. Luisão invadiu a área e bateu forte, Zetti rebateu e a bola sobrou para Donizete. Livre, sem goleiro, ele teve a coragem de cabecear para fora.

O segundo tempo começou completamente favorável ao Vasco. Lopes colocou o time no ataque de vez. Ele se livrou de Donizete, trocando-o pelo velocista Zezinho. Ramon e Juninho passaram a atuar mais à frente. O Santos apelava para as faltas na entrada da área. Logo aos seis minutos, a justa expulsão de Sandro – era a sétima expulsão da equípe no Rio-São Paulo.

Contra dez jogadores, a pressão se transformou em gols. O Santos pagou por insistir nas faltas na entrada da área. Aos 21 minutos, Juninho acertou e fez 2 a 1. Ele deve dividir o gol com Zetti, que falhou ao tentar adivinhar em qual canto a bola iria e errou.

Para reanimar um pouco Leão, Nasa foi justamente expulso por insistir em parar Alessandro com faltas. O treinador apostou no ataque, buscando o empate. Seu time se adiantou e ofereceu campo para o Vasco exercer o contragolpe. A situação demorou cinco minutos. Juninho acertou um lançamento perfeito para Zezinho. Em posição duvidosa, o atacante driblou Zetti e fez 3 a 1, aos 26 minutos.

Com a desvantagem de dois gols, o Santos se desesperava no ataque. O time precisava descontar a vantagem para a decisão da quarta-feira. Mas o time não teve forças para reagir. A lamentar, o fato de os ônibus dos torcedores santistas terem sido apedrejados pelos vascaínos.




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